segunda-feira, 11 de maio de 2015


Quase

            Eu sempre achei que nós seres humanos tivéssemos um sexto sentido.
            Seja o que for, acho que dentro de nós há uma força extra que nos trás este diferente gesto, ação e sentimento que nos marca tanto.
            Nunca enxerguei isso muito presente em mim, mas pensando em um acontecimento muito antigo que houve com minha família, me fez lembrar que eu posso sim, ter algum sexto sentido.
            Em um fim de férias, voltando da casa de minha vó na praia, para ir ao aniversário de uma amiga em São Paulo, minha família estava exatamente assim: meu pai dirigindo, minha mãe ao seu lado, e eu deitada ao banco de trás de uma preta e velha Scenic.
            Já em São Paulo, mas em uma avenida muito congestionada, estavam enfileirados muitos e muitos carros de perder a conta.
            Eu com o enjôo muito forte, achava que dar uma cochilada ia resolver meus problemas, mas não percebia que ficar deitada estava me deixando cada vez pior.
            Quando o carro finalmente começou a se mexer, me deu uma súbita vontade de sentar, e deitar com a cabeça para o outro lado do banco. E, com a maior surpresa, no exato momento que levantei, o caminhão na pista do lado em que minha cabeça estava recostada, errou a direção do volante e deu uma bela entrada na porta de dois carros adiante, e o corpo daquele gigante caminhão, afundou o carro da frente, o meu e vários para trás.
            Agora fico pensando, se ficasse mais uma fração de segundo deitada naquela posição, poderia realmente morrer, pois o caminhão afundou a porta traseira do carro, no lugar onde estava exatamente minha cabeça.
            No momento que isso aconteceu, eu nem me preocupei com o meu estado, pois tinham pessoas muito piores em outros carros que precisavam de ajuda.
            Mas agora eu fico pensado, será que esse "quase" foi pura sorte, ou eu finalmente encontrei meu sexto sentido?

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