Meio
daft, nada punk.
O
silêncio toca a mente dela, como um sussurro, um inesperado bocejo que a alma
traz fora de si.
Seus
olhos cor de madeira tornam-se verdes, como a grama aconchegada pelo pôr do sol
de um domingo qualquer.
Seu
coração bate fora do ritmo, como um passarinho pulando do seu ninho e
planando, pela primeira vez.
Os
desajeitados e pequenos dedos dançam no ar, buscando as finas gotas que banham
o fim daquele verão.
Aqueles
pés vestidos a galochas vermelhas desconjuntando com o resto da colorida e
infantil roupa, não param de formigar. Ela deseja que algo aconteça, com uma
simples e fértil imaginação de criança, um novo mundo paira em sua cabeça.
Sua
boca adormece, ela luta com o dragão dentro de sua indomável mente, para que a
boca volte ao normal Com vergonha de se admitir, desiste.
Ela
olha o céu, e segue o rastro das núvens brancas rasgando o pobre azul, isso a
entristece.
Mas,
suas orelhas cessadas pelo silêncio, sentem que precisam ouvir, não só ouvir o
silêncio, mas aquela incrível música que a fez entrar nessa viagem, e descobrir
que, por três minutos, ela poderia voltar a ser criança.
E
foi assim que eu conheci minha banda favorita, Daft Punk.