segunda-feira, 6 de abril de 2015


Meio daft, nada punk.

            O silêncio toca a mente dela, como um sussurro, um inesperado bocejo que a alma traz fora de si.
            Seus olhos cor de madeira tornam-se verdes, como a grama aconchegada pelo pôr do sol de um domingo qualquer.
            Seu coração bate fora do ritmo, como um passarinho pulando do seu ninho e planando, pela primeira vez.
            Os desajeitados e pequenos dedos dançam no ar, buscando as finas gotas que banham o fim daquele verão.
            Aqueles pés vestidos a galochas vermelhas desconjuntando com o resto da colorida e infantil roupa, não param de formigar. Ela deseja que algo aconteça, com uma simples e fértil imaginação de criança, um novo mundo paira em sua cabeça.
            Sua boca adormece, ela luta com o dragão dentro de sua indomável mente, para que a boca volte ao normal Com vergonha de se admitir, desiste.
            Ela olha o céu, e segue o rastro das núvens brancas rasgando o pobre azul, isso a entristece.
            Mas, suas orelhas cessadas pelo silêncio, sentem que precisam ouvir, não só ouvir o silêncio, mas aquela incrível música que a fez entrar nessa viagem, e descobrir que, por três minutos, ela poderia voltar a ser criança.
            E foi assim que eu conheci minha banda favorita, Daft Punk.