Como assim 118?
Vi
ontem no jornal O Estado de São Paulo que, entre os jogos de futebol do
campeonato carioca, o último Vasco e Fluminense, teve 118 torcedores presos
(50% destes com passagem pela polícia), sem direito a pagamento de fiança.
Alguns tremendamente envergonhados e outros as gargalhadas por terem agredido
torcedores do time adversário.
Sinto-me
ao mesmo tempo envergonhada e aliviada, não que queira desmerecer os dois
times, de forma alguma, mas acho incompreensível as torcidas organizadas
armarem emboscadas aos times adversários, e ainda influenciarem menores de
idade, por isso o alívio por eles terem sido presos.
Ao
mesmo tempo, não posso falar que a rivalidade é só dos dois times, pois isso
acontece em todo o Brasil e no mundo, e muitas vezes, as pessoas até já sabem quais
os times que não se dão muito bem.
Penso
muito o porque das coisas terem chegado a esse ponto, é muito difícil responder
se a culpa é realmente dos torcedores ou da policia despreparada em uma hora
dessas. Acaba que um assunto vai alimentando o outro e não reconhecemos a causa
do problema.
Antigamente,
o futebol era um esporte pacífico. Quando jogavam Corinthians e Palmeiras,
todos os torcedores ficavam misturados, sem encrenca alguma. “Malditas torcidas
organizadas”, alguns diriam. Meu pai, quando era mais novo, quase nunca perdia a oportunidade de ir ao estádio torcer pelo adorado time, além dele muitos amigos iam torcer também. Depois que eu nasci, ou um pouco antes mesmo, tudo começou, tanto é que, na minha vida inteira só fui duas vezes ao estádio.
O
pior dessa situação atual, é que você nunca sabe se a torcida vai estar
tranqüila ou não, o que faz com que na maioria das vezes, alguns torcedores da
velha guarda desistam de ir aos estádios e jovens fanáticos pelo futebol sejam
super-protegidos.
Fico
imaginando como devem ser as vidas desses torcedores que saem na capa do jornal
presos. Quase sinto pena deles, não devem ter uma vida boa, talvez problemas em
casa, no trabalho e tentam despejar a culpa nos outros, dando socos de alívio,
não só por agressividade. Aqueles que não ligam de serem presos, tenho um certo
desprezo por eles, devem entrar na onda dos outros por vontade de bater, de
agredir, de humilhar e muitos outros defeitos humanos.
E
estou cada vez mais preocupada em como essas coisas podem crescer, e ficar cada
vez piores.
Bacana, Maria!
ResponderExcluircrônica bem escrita, bem ponderada. Para ficar com ar mais de crônica... e você? gosta de futebol? já foi a um estádio? e sua família? antigamente eles iam mais que hoje em dia?
Fiquei curiosa!
Bom trabalho!
Luana
Crônica reescrita.
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